Hoje o dia foi intenso. Ouvi muitos Luandenses falar sobre seus desejos, suas vidas e seus sonhos. Sonhos como de um rapaz de 20 poucos anos que deseja ganhar uma bolsa para estudar tecnologia no Brasil. Ele mora com 20 pessoas e tem a plena consciência de que nunca irá realiza-lo.
Por aqui existem muitos sonhos como esses plantados em uma terra rica em diamante e petróleo, mas que não se tem acesso. Os privilegiados que conseguem algum tipo de formação mínima talvez com muita sorte possam trabalhar em bancos.
Chorei ao ouvir esses jovens e não quero falar sobre isso, pelo menos agora.
Quero contar algumas curiosidades locais:
Se você acha alguma coisa muito boa grite bem alto que esta coisa é CUIA
Se alguém lhe oferecer pica pau de novilho não se assuste, é apenas picadinho de carne
Quer fazer as unhas? Você poderá fazer na rua a céu aberto, pé e mão ainda decorados com florzinhas e etc. O melhor de tudo, são os homens que exercem a profissão de manicure.
Os prédios por aqui possuem péssima conservação e consequentemente os elevadores são de testar a coragem de qualquer um, ainda mais porque vira e mexe falta luz. Hoje me aventurei em entrar sozinha em um elevador, porém um rapaz que estava na portaria percebeu o meu receio e se ofereceu para me acompanhar no trajeto até o terceiro andar.
Ele se chama Muimba Pepsi. Muimba significa encantado e Pepsi, bem é homenagem ao refrigerante.
Existe uma TV local que se chama TV Zimbo, nesta TV há um programa chamado Sexto Sentido (virei fã) apresentado por Maria Dina, uma espécie de Ophra angolana.
Lá pelas tantas Dina pega um jornal Semanário Econômico e lê as manchetes dos 5 principais cadernos.
Ela lê pausadamente e rapidamente explica o contexto de cada notícia, sempre reforçando a importância de se estar bem informado, para quem sabe conseguir melhorar de vida e trabalhar em um banco.
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